A exposição Confrontar o Legado Colonial no Museu pretende promover uma reflexão crítica sobre a história e os contextos de aquisição das coleções de etnografia do museu Municipal Santos Rocha, especialmente as provenientes de Angola e Timor, doadas no início do século XX pelo militar João Jardim. Destacando os contextos de violência e coerção associados à sua formação, a iniciativa desafia o público a repensar o papel dos museus na preservação e interpretação da história colonial e a participar ativamente na construção de novas leituras sobre o património.

A exposição desafia a museografia tradicional, baseada numa visão ocidental, evolucionista e racializada, e propõe novas leituras, mais inclusivas e colaborativas através do envolvimento do público. Isso amplifica a missão do museu, que deixa de ser apenas um espaço de conservação e exposição e passa a ser também um fórum de debate, partilha de perspectivas e revisão crítica das narrativas históricas.

A exposição foi inaugurada no âmbito da conferência internacional “Descolonizar museus e coleções coloniais: para uma agenda e métodos transdisciplinares”, reunindo especialistas nacionais e internacionais, que colaboraram ativamente nesta exposição colaborativa. Durante o período em que estará patente (até 31 de outubro de 2025), serão promovidas ações educativas, conversas e sessões abertas à participação do público, incentivando o debate e a construção colaborativa de novas narrativas para as coleções do museu.

Fotografia Zé Albergaria (4-5) e Gustavo Brody (6-14)