Museu Municipal Santos Rocha
Fundado em 1894 por António dos Santos Rocha, o Museu Municipal atravessou vários períodos, atendendo à acção desenvolvida e aos critérios museológicos que presidiram às suas sucessivas reinstalações em diferentes espaços físicos. Até 1910, sensivelmente, viveu uma fase áurea, estendendo a sua fama além-fronteiras. A notável acção de Santos Rocha, os trabalhos da Sociedade Arqueológica da Figueira da Foz e as publicações inseridas no seu Boletim levaram a que o Museu Municipal se colocasse a par das melhores instituições científicas nacionais.
Instalado provisoriamente na Casa do Paço desde 1894, foi transferido para o edifício dos Paços do Concelho em 1899, onde se manteve até 1975, data da abertura oficial ao público do novo edifício, construído com o apoio técnico e financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e projectado pelo arquitecto figueirense Isaías Cardoso.
Com a abertura do novo espaço deu-se início a todo um trabalho de reinstalação e estudo das peças, associado a um grande esforço de dinamização junto do público, coletividades e escolas. O Museu dispõe de um centro de documentação que disponibiliza uma vasta colecção de obras de temática relacionada fundamentalmente com a História da Arte, Arqueologia e Museologia. Possui ainda um núcleo significativo de bibliografia relativa à história local e história do Museu Municipal.
Constituído por uma sala de leitura/consulta e por um espaço de reserva, não dispõe de serviço de empréstimo, no entanto, a consulta e leitura presenciais podem ser realizadas de segunda a sexta, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00.
Museu Nacional de Arqueologia
O actual Museu Nacional de Arqueologia (MNA) foi fundado, em Dezembro de 1893, por proposta de Leite de Vasconcelos (e daí a designação oficial mais completa do Museu, conforme publicação em 1989, no “Diário da República”: Museu Nacional de Arqueologia, do Doutor Leite de Vasconcelos).
O Despacho-Régio, promulgado pelo Rei D. Carlos, foi subscrito por dois ministros do governo de Hintze Ribeiro, concretamente João Chagas, Ministro do Reino e Bernardino Ribeiro, Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, e patrono político da ideia. Aliás, a relação de amizade e de colaboração entre Bernardino Machado e José Leite de Vasconcelos é anterior à data da criação do Museu e vai manter-se até à morte deste último.
Em mais de um século de existência este Museu constituiu-se na instituição de referência da Arqueologia Portuguesa, com correspondência regular com museus, universidades e centros de investigação em todo o Mundo. O acervo do Museu reúne as colecções iniciais do Fundador e de Estácio da Veiga. A estas somaram-se numerosas outras, umas por integração a partir de outros departamentos do Estado (por exemplo: colecções de arqueologia da antiga Casa Real Portuguesa, incorporadas no Museu após a implantação da República; colecções de arqueologia do antigo Museu de Belas Artes, incorporadas quando se criou o atual Museu Nacional de Arte Antiga; etc.), outras por doação ou legado de coleccionadores e amigos do Museu (por exemplo: doações Bustorff Silva, Luís Bramão, Samuel Levy, etc.), outras mercê da intensa actividade de campo do próprio Museu ou de arqueólogos; outras ainda por despachos governamentais, ao abrigo da legislação aplicável, sempre que se considere o valor nacional de bens arqueológicos descobertos no País.
Para além das exposições, o Museu oferece à sociedade (portuguesa e estrangeira) numerosos outros serviços: edição regular de publicações (de que sobressai a revista científica O Arqueólogo Português, editada desde 1895 e a mais importante do seu género em Portugal e com uma rede de mais de 300 instituições correspondentes em todo o Mundo), conservação e restauro de bens arqueológicos, seminários, conferências e cursos da especialidade, serviço educativo e de extensão cultural, biblioteca especializada, loja e livraria, investigação científica fundamental, etc.
Concebido pelo Fundador para ser uma espécie de “Museu do Homem Português”, o MNA continua hoje com a mesma vocação básica, ou seja, contar a história do povoamento do nosso território, desde as origens até à Idade Média, lato sensu, muito embora as suas colecções possuam bens culturais e documentos que cronologicamente vêm até ao século XX. É a única instituição em Portugal capaz de o fazer: pelas colecções de que dispõe, pelos recursos técnicos que possui, pelo próprio espaço que ocupa no Mosteiro dos Jerónimos (verdadeiro centro de confluência de nacionais e estrangeiros, com especial relevo para as escolas do País, que anualmente ocupam plenamente a capacidade do serviço educativo do Museu).